Nadar contra o Destino: As Nadadoras e Ulisses, histórias que guindam mais alto

No trailer As Nadadoras, o mar não é apenas cenário - é personagem. É obstáculo, caminho, medo e esperança. Sara e Yusra Mardini, duas irmãs sírias, mergulham numa jornada de sobrevivência que se confunde com mitologia, tal como Ulisses, enfrentam mares agitados, forças invisíveis, e o peso da saudade por tudo aquilo que precisaram de deixar para trás. A cada braçada no Mediterrâneo, reescrevem a sua própria Odisseia -moderna, real, feminina e atual.

Já no livro Ulisses, de Maria Alberta Menéres, o herói também tenta voltar para casa, navegando entre perigos e ilusões, confiando no engenho, na astúcia e na esperança. Ambos, Ulisses e as Nadadoras, são levados pelo destino, mas não se deixam arrastar por ele. Lutam, sonham, desafiam as águas… São personagens que recusam o naufrágio.

É nessa travessia — entre o mito e a realidade, entre o épico e a atualidade — que os livros ganham força. A afirmação “Os livros trazem mais vida à vida, guindam mais alto”, aponta para o que há de mais poderoso na literatura: a capacidade de elevar, de tornar visível o invisível, de ligar mundos distantes. A história de Ulisses torna-se ponte para compreendermos as nadadoras e a coragem das irmãs sírias devolve uma nova luz à antiguidade clássica. Os livros erguem essas vozes, não para que fiquem acima dos outros, mas para que possam ser ouvidas.

No silêncio de uma biblioteca ou na escuridão de um barco no mar, há sempre quem conte e quem escute. E quando as palavras resistem - seja nas páginas de um livro, seja no esforço de nadar para não se afundar -, a vida também resiste… E eleva-se!... E a palavra - escrita, lida, sentida ou vivida - pode ser uma tábua de salvação!

“Os livros trazem mais vida à vida, guindam mais alto” - ao ligarmos estas histórias, também nós somos guindados, também nós aprendemos a olhar o mundo com mais empatia e profundidade. Mais do que estudar estas vidas, vivemo-las. E, ao vivê-las, tornamo-nos um pouco mais HuMaNoS.